Como
tornar sua empresa ecologicamente responsável / Nick Dallas
[tradução de Bernardo Araújo]. – Rio
de Janeiro: Editora Sextante, 2009
Introdução
Neste livro, Nick Dallas traz uma abordagem de esclarecimento e sugestão de debate sobre o que é o
aquecimento global e sua diferença em relação á mudança climática. Expõe os
vários sintomas de alterações do clima e suas conseqüências no meio ambiente
mundial. Com uma linguagem clara o autor dá alternativas de desenvolvimento
sustentável, como os que a China vem implementando ao longo dos anos, com
políticas públicas, industriais e energéticas, guiados pela preocupação com as
mudanças climáticas. Sobre estas, existem ainda muitos céticos que se utilizam
do desconhecimento do publico para gerar rendimentos financeiros as suas
instituições, emitindo dúvidas nos meios de comunicação em massa e ocasionando atrasos
em investimentos a novas tecnologias. Depois da era da revolução industrial,
segundo Nick Dallas e da era da tecnologia da informação, surge como
conseqüência a nova era: “A era da revolução climática”, para rivalizar com as
outras duas.
Descrição do assunto
“Mudança
climática ou aquecimento global?” Este é o primeiro questionamento do autor que
esclarece: aquecimento global é o aumento médio da temperatura na terra e
mudança climática são todas as variáveis que contribuem nas alterações do clima
em geral, não só no aquecimento como também nos níveis das marés, ventos,
precipitações e etc. Ainda assim, ambos podem ter sua origem na ação humana ou
serem processos naturais do meio-ambiente.
O
aquecimento global ocorre pelo que já conhecemos como efeito estufa, ou seja,
os raios solares aquecem a terra e essa reflete o calor de volta para o espaço.
O que acontece é que na atmosfera temos vários gases que são fundamentais para
a manutenção da temperatura na terra. Exemplo disto é o CO2,
principal agente do aquecimento global, mas sem ele as temperaturas médias
seriam de -20ºC. Porém o seu excesso causa o descontrole dessa manutenção,
ocasionando um bloqueio na atmosfera e não permitindo a saída do calor de volta
ao espaço, aumentando assim a temperatura na terra.
Segundo
o IPCC - Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas(ganhador do prêmio Nobel juntamente com Al
Gore por seus esforços no sentido de difundir conhecimentos sobre o aquecimento
global),
na segunda metade do século XX, o nível dos mares subiu por volta de 20cm e a
temperatura global média em torno de 0,6ºC. O IPCC prevê que se os níveis dos
gases do efeito estufa continuarem aumentando, a elevação do nível do mar e das
temperaturas será acompanhada por eventos extremos como inundações secas e
tempestades, ambos com maiores intensidades. Estudos falam sobre o aumento de180
bilhões de toneladas de CO2 na
atmosfera e atribuem como causa a queima de
combustíveis fósseis.
Alguns céticos defendem que o ser
humano não influencia no aquecimento global, que este é uma condição natural da
vida na terra, um ciclo lógico onde á medida em que as mudanças acontecem, o
planeta vai se readaptando e assim também a humanidade. A natureza pode
colocar-se em situação de equilíbrio, mas o autor questiona se os seres humanos
e outras formas de vida conseguirão sobreviver a este equilíbrio. Na mesma
linha de pensamento, Wallace Broecker, cientista climático afirma:”Longe de
auto-estabilizar, o clima na terra é um monstro irritadiço, que reage de forma
exagerada aos menores incômodos”.
O quarto relatório do IPCC,
publicado em 2007 diz que a probabilidade do aquecimento global ser causado
apenas por processos climáticos naturais é menor que 5%, ou seja, os outros 95%
do aquecimento são causados pela ação humana.
O primeiro passo para o combate ao
aquecimento global foi o protocolo de Kyoto, ratificado em 2001 por 186 países.
O protocolo trata de um acordo para redução dos níveis de emissão de gases do
efeito estufa por países desenvolvidos em 5,2% a partir dos níveis medidos em
1990, até 2012. Outro passo importante foi o estudo encomendado pelo governo
britânico ao ex-economista chefe do Banco Mundial e consultor do governo,
Nicholas Stern, sobre os efeitos econômicos da mudança climática. A principal
conclusão do relatório foi a de que é necessário investir 1% do PIB global,
para que se evitem os piores efeitos das mudanças, assim se estabilizariam os
níveis de concentração de gases do efeito estufa, que chegariam ao máximo nos
próximos 10 anos e depois iriam diminuir em torno de 1% a 3% ao ano até 2050. O
relatório Stern deixa claro que do ponto de vista econômico as ações contra as
mudanças climáticas seriam benéficas e não prejudiciais como alguns argumentam
contra, porém, a hora de agir é agora ou iremos pagar muito mais caro para
remediar os acontecimentos.
Através de estudos como o relatório
Stern e o protocolo de Kyoto, surgiu a idéia de comercializar as emissões de
carbono, ou seja, o governo determina para as empresas quanto podem emitir de carbono
e as mesmas só poderão aumentar sua produção se usarem energia limpa para isto
ou se comprarem créditos de outra companhia, o que lhe permitiria aumentar seu
nível de poluição. Deste modo poderiam disponibilizar seus créditos de carbono
para venda no mercado, inclusive de ações, gerando receitas e para isto teriam
de conseguir reduzir suas emissões para sobrarem créditos.
Há muita esperança nas energias
renováveis, como hidrelétricas, biomassa, energia eólica (força dos ventos),
marémotriz (energia via movimento das marés), energia geotérmica (conseguida
através de reservas naturais de rochas quentes) e também pela energia solar.
Segundo a empresa Geodynamics Limited, um quilômetro cúbico de granito quente,
a 250ºC, tem a mesma energia armazenada de 40 milhões de barris de petróleo,
porém, é energia limpa.
Apesar de não fazer parte do
protocolo de Kyoto por ser um pais em desenvolvimento, a China é um exemplo de
nação preocupada com o combate ao aquecimento global, pois 40% dos créditos do
MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) emitidos sobre o protocolo foram para
projetos da China, que está se esforçando para utilização de energias
renováveis por meio de políticas industriais e energéticas, guiados pela
preocupação com as mudanças climáticas.
Neste mesmo caminho, grandes empresas se
utilizam deste procedimento mundial para alavancar suas vendas, declarando-se
ecologicamente corretas, porém como não há ainda obrigações precisas a cumprir
quanto ás emissões de carbono, cabe ao público tentar discernir quais são as
empresas genuinamente ecológicas e as aproveitadoras e enganadoras, afinal o
verde está na moda, tanto que já se fala que em futuro próximo as empresas e
governos terão que criar o cargo de Executivo chefe do carbono, profissional
voltado somente para o controle de emissões de carbono nas indústrias.
Os governos, as empresas e também os
cidadãos devem ver a mudança como oportunidade de crescimento e não apenas como
ônus, se conseguirem fazer mais com menos e verificarem que isso é inteligente
e competitivo, serão recompensados.
Porém, a hora de agir é agora,
termina dizendo o autor, como guardiões do planeta, não é só o fardo que pesa
sobre nós, a solução também passa por nossas mãos através de nossa
sensibilidade com o desafio, participação no debate, pressão política em nossas
autoridades e agilidade nas decisões.
Apreciação
crítica
Como Nick Dallas expôs, todos temos
as informações necessárias para mudar os rumos do aquecimento global, mas há
interesse atual em enviar recursos para estas políticas de sustentabilidade ao
invés de reinvestir em produção, produção e produção? Grandes potências
preocupadas em manter-se nas primeiras posições do comércio mundial e outras em
desenvolvimento na luta para crescer, pelo que parece, estão contribuindo pouco
para conterem as mudanças climáticas, pois continuam extraindo milhões de
barris de petróleo como se fossem infinitas as reservas, continuam dando
incentivos para aumento das frotas de veículos, que são os maiores agentes
poluidores da atmosfera, sem dar muita importância ás energias renováveis. Algumas
nações como a China, apesar de ser uma das primeiras no ranking de poluidoras,
também é uma das precursoras em tecnologias e políticas para o desenvolvimento
sustentável, deve ser seguida nos próximos anos, contribuindo com sua parte
para a estabilização do aquecimento global. As mudanças climáticas são
inevitáveis, porém os governos mais poderosos devem aprimora-se e tomar
soluções efetivas para evitar catástrofes como secas, enchentes, congelamentos
e descongelamentos de grandes áreas do planeta, causadas em parte pelo
aquecimento global. Dar incentivo ás cooperativas de catadores, obrigar grandes
empresas a destinarem parte dos investimentos para reciclagem, além de fabricação
de produtos com energia renovável são alguns itens para se colocar em pauta e
em prática por governos do mundo todo.
Considerações
finais
Além desse macro-processo de
renascimento mundial para a ecologia e contra o aquecimento global, cabe a cada
um de nós fazer a sua parte por meio de micro-processos como simplesmente
separar o nosso lixo para a coleta seletiva ou catadores, comprar os refis de
produtos ao invés de comprar uma nova embalagem, ficar menos tempo embaixo do
chuveiro, economizando assim água e em conseqüência energia, apagar as luzes
que não estão sendo utilizadas e outros vários movimentos comuns do dia a dia
que podem fazer a diferença se utilizados por grande parte das pessoas.
Não basta cobrar dos governos que
invistam em políticas de sustentabilidade e cobrem das empresas, se nós
cidadãos comuns continuarmos a desperdiçar energias indiscriminadamente.
A solução para as mudanças de temperatura
e aquecimento global passa pelas nossas mãos e, principalmente, pelas nossas
cabeças.
Referencias
Bibliográficas
Nick Dallas, 1966
Como tornar sua empresa
ecologicamente responsável / Nick Dallas
[tradução de Bernardo Araújo]. – Rio
de Janeiro: Editora Sextante, 2009
Resenha feita para a disciplina Marketing Pessoal, solicitada pela Professora Carmem Castro - ESADE
Autor: Angelo Lemos Pereira
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