27 de mai. de 2012

“Como tornar sua Empresa Ecologicamente Responsável”


Como tornar sua empresa ecologicamente responsável / Nick Dallas
            [tradução de Bernardo Araújo]. – Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2009

        
           Introdução
           Neste livro, Nick Dallas traz uma abordagem de esclarecimento e sugestão de debate sobre o que é o aquecimento global e sua diferença em relação á mudança climática. Expõe os vários sintomas de alterações do clima e suas conseqüências no meio ambiente mundial. Com uma linguagem clara o autor dá alternativas de desenvolvimento sustentável, como os que a China vem implementando ao longo dos anos, com políticas públicas, industriais e energéticas, guiados pela preocupação com as mudanças climáticas. Sobre estas, existem ainda muitos céticos que se utilizam do desconhecimento do publico para gerar rendimentos financeiros as suas instituições, emitindo dúvidas nos meios de comunicação em massa e ocasionando atrasos em investimentos a novas tecnologias. Depois da era da revolução industrial, segundo Nick Dallas e da era da tecnologia da informação, surge como conseqüência a nova era: “A era da revolução climática”, para rivalizar com as outras duas.

            Descrição do assunto
            “Mudança climática ou aquecimento global?” Este é o primeiro questionamento do autor que esclarece: aquecimento global é o aumento médio da temperatura na terra e mudança climática são todas as variáveis que contribuem nas alterações do clima em geral, não só no aquecimento como também nos níveis das marés, ventos, precipitações e etc. Ainda assim, ambos podem ter sua origem na ação humana ou serem processos naturais do meio-ambiente.
            O aquecimento global ocorre pelo que já conhecemos como efeito estufa, ou seja, os raios solares aquecem a terra e essa reflete o calor de volta para o espaço. O que acontece é que na atmosfera temos vários gases que são fundamentais para a manutenção da temperatura na terra. Exemplo disto é o CO2, principal agente do aquecimento global, mas sem ele as temperaturas médias seriam de -20ºC. Porém o seu excesso causa o descontrole dessa manutenção, ocasionando um bloqueio na atmosfera e não permitindo a saída do calor de volta ao espaço, aumentando assim a temperatura na terra.
            Segundo o IPCC - Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas(ganhador do prêmio Nobel juntamente com Al Gore por seus esforços no sentido de difundir conhecimentos sobre o aquecimento global), na segunda metade do século XX, o nível dos mares subiu por volta de 20cm e a temperatura global média em torno de 0,6ºC. O IPCC prevê que se os níveis dos gases do efeito estufa continuarem aumentando, a elevação do nível do mar e das temperaturas será acompanhada por eventos extremos como inundações secas e tempestades, ambos com maiores intensidades. Estudos falam sobre o aumento de180 bilhões de toneladas de COna atmosfera e atribuem como causa a queima de combustíveis fósseis.
            Alguns céticos defendem que o ser humano não influencia no aquecimento global, que este é uma condição natural da vida na terra, um ciclo lógico onde á medida em que as mudanças acontecem, o planeta vai se readaptando e assim também a humanidade. A natureza pode colocar-se em situação de equilíbrio, mas o autor questiona se os seres humanos e outras formas de vida conseguirão sobreviver a este equilíbrio. Na mesma linha de pensamento, Wallace Broecker, cientista climático afirma:”Longe de auto-estabilizar, o clima na terra é um monstro irritadiço, que reage de forma exagerada aos menores incômodos”.
            O quarto relatório do IPCC, publicado em 2007 diz que a probabilidade do aquecimento global ser causado apenas por processos climáticos naturais é menor que 5%, ou seja, os outros 95% do aquecimento são causados pela ação humana.
            O primeiro passo para o combate ao aquecimento global foi o protocolo de Kyoto, ratificado em 2001 por 186 países. O protocolo trata de um acordo para redução dos níveis de emissão de gases do efeito estufa por países desenvolvidos em 5,2% a partir dos níveis medidos em 1990, até 2012. Outro passo importante foi o estudo encomendado pelo governo britânico ao ex-economista chefe do Banco Mundial e consultor do governo, Nicholas Stern, sobre os efeitos econômicos da mudança climática. A principal conclusão do relatório foi a de que é necessário investir 1% do PIB global, para que se evitem os piores efeitos das mudanças, assim se estabilizariam os níveis de concentração de gases do efeito estufa, que chegariam ao máximo nos próximos 10 anos e depois iriam diminuir em torno de 1% a 3% ao ano até 2050. O relatório Stern deixa claro que do ponto de vista econômico as ações contra as mudanças climáticas seriam benéficas e não prejudiciais como alguns argumentam contra, porém, a hora de agir é agora ou iremos pagar muito mais caro para remediar os acontecimentos.
            Através de estudos como o relatório Stern e o protocolo de Kyoto, surgiu a idéia de comercializar as emissões de carbono, ou seja, o governo determina para as empresas quanto podem emitir de carbono e as mesmas só poderão aumentar sua produção se usarem energia limpa para isto ou se comprarem créditos de outra companhia, o que lhe permitiria aumentar seu nível de poluição. Deste modo poderiam disponibilizar seus créditos de carbono para venda no mercado, inclusive de ações, gerando receitas e para isto teriam de conseguir reduzir suas emissões para sobrarem créditos.
            Há muita esperança nas energias renováveis, como hidrelétricas, biomassa, energia eólica (força dos ventos), marémotriz (energia via movimento das marés), energia geotérmica (conseguida através de reservas naturais de rochas quentes) e também pela energia solar. Segundo a empresa Geodynamics Limited, um quilômetro cúbico de granito quente, a 250ºC, tem a mesma energia armazenada de 40 milhões de barris de petróleo, porém, é energia limpa.
            Apesar de não fazer parte do protocolo de Kyoto por ser um pais em desenvolvimento, a China é um exemplo de nação preocupada com o combate ao aquecimento global, pois 40% dos créditos do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) emitidos sobre o protocolo foram para projetos da China, que está se esforçando para utilização de energias renováveis por meio de políticas industriais e energéticas, guiados pela preocupação com as mudanças climáticas.
             Neste mesmo caminho, grandes empresas se utilizam deste procedimento mundial para alavancar suas vendas, declarando-se ecologicamente corretas, porém como não há ainda obrigações precisas a cumprir quanto ás emissões de carbono, cabe ao público tentar discernir quais são as empresas genuinamente ecológicas e as aproveitadoras e enganadoras, afinal o verde está na moda, tanto que já se fala que em futuro próximo as empresas e governos terão que criar o cargo de Executivo chefe do carbono, profissional voltado somente para o controle de emissões de carbono nas indústrias.
            Os governos, as empresas e também os cidadãos devem ver a mudança como oportunidade de crescimento e não apenas como ônus, se conseguirem fazer mais com menos e verificarem que isso é inteligente e competitivo, serão recompensados.
            Porém, a hora de agir é agora, termina dizendo o autor, como guardiões do planeta, não é só o fardo que pesa sobre nós, a solução também passa por nossas mãos através de nossa sensibilidade com o desafio, participação no debate, pressão política em nossas autoridades e agilidade nas decisões.
           
            Apreciação crítica
            Como Nick Dallas expôs, todos temos as informações necessárias para mudar os rumos do aquecimento global, mas há interesse atual em enviar recursos para estas políticas de sustentabilidade ao invés de reinvestir em produção, produção e produção? Grandes potências preocupadas em manter-se nas primeiras posições do comércio mundial e outras em desenvolvimento na luta para crescer, pelo que parece, estão contribuindo pouco para conterem as mudanças climáticas, pois continuam extraindo milhões de barris de petróleo como se fossem infinitas as reservas, continuam dando incentivos para aumento das frotas de veículos, que são os maiores agentes poluidores da atmosfera, sem dar muita importância ás energias renováveis. Algumas nações como a China, apesar de ser uma das primeiras no ranking de poluidoras, também é uma das precursoras em tecnologias e políticas para o desenvolvimento sustentável, deve ser seguida nos próximos anos, contribuindo com sua parte para a estabilização do aquecimento global. As mudanças climáticas são inevitáveis, porém os governos mais poderosos devem aprimora-se e tomar soluções efetivas para evitar catástrofes como secas, enchentes, congelamentos e descongelamentos de grandes áreas do planeta, causadas em parte pelo aquecimento global. Dar incentivo ás cooperativas de catadores, obrigar grandes empresas a destinarem parte dos investimentos para reciclagem, além de fabricação de produtos com energia renovável são alguns itens para se colocar em pauta e em prática por governos do mundo todo.

            Considerações finais      
            Além desse macro-processo de renascimento mundial para a ecologia e contra o aquecimento global, cabe a cada um de nós fazer a sua parte por meio de micro-processos como simplesmente separar o nosso lixo para a coleta seletiva ou catadores, comprar os refis de produtos ao invés de comprar uma nova embalagem, ficar menos tempo embaixo do chuveiro, economizando assim água e em conseqüência energia, apagar as luzes que não estão sendo utilizadas e outros vários movimentos comuns do dia a dia que podem fazer a diferença se utilizados por grande parte das pessoas.
            Não basta cobrar dos governos que invistam em políticas de sustentabilidade e cobrem das empresas, se nós cidadãos comuns continuarmos a desperdiçar energias indiscriminadamente.
            A solução para as mudanças de temperatura e aquecimento global passa pelas nossas mãos e, principalmente, pelas nossas cabeças. 


            Referencias Bibliográficas   
            Nick Dallas, 1966
            Como tornar sua empresa ecologicamente responsável / Nick Dallas
            [tradução de Bernardo Araújo]. – Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2009


Resenha feita para a disciplina Marketing Pessoal, solicitada pela Professora Carmem Castro - ESADE

Autor: Angelo Lemos Pereira


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